Do que precisam as empresas portuguesas para ter sucesso nos mercados árabes, segundo Ângelo Correia
“As nossas empresas concentraram-se primeiro na Argélia e mais tarde em Marrocos mas sempre desprezou o Golfo”. A garantia é dada ao CONSTRUIR pelo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, à margem do terceiro fórum económico Portugal-Países Árabes, que revela que “falta à diplomacia e às empresas portuguesas um papel activo, mais do… Continue reading Do que precisam as empresas portuguesas para ter sucesso nos mercados árabes, segundo Ângelo Correia
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“As nossas empresas concentraram-se primeiro na Argélia e mais tarde em Marrocos mas sempre desprezou o Golfo”. A garantia é dada ao CONSTRUIR pelo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, à margem do terceiro fórum económico Portugal-Países Árabes, que revela que “falta à diplomacia e às empresas portuguesas um papel activo, mais do que propriamente reactivo”. Para Ângelo Correia, “chegando atrasado a um lugar onde há tanto para fazer, perdemos oportunidades. Isso é um perigo e é igualmente revelador da nossa capacidade de proactividade. Estamos constantemente numa posição reactiva, à espera que outros no chamem”, revela aquele responsável a propósito do potencial das empresas portuguesas nos mercados africanos e do Golfo.
Para Ângelo Correia, é importante que as empresas tenham a noção de que são necessários três a seis meses para se conseguir algum benefício nestas latitudes. “Se alguém pensa que se arranja uma obra, que se chega ao local para fazer a obra, ganha dinheiro e vem embora, está enganado. A empresa, para prosperar e ganhar consistência precisa de pelo menos três meses para provar que está a estudar e a interessar-se, a conhecer a área”, revela, acrescentando a importância de parcerias sólidas que garantam dimensão competitiva. “Não se deve ir sozinho para algumas obras. Para evitar que seja o dono-de-obra saudita a fazer a divisão do trabalho com diversas especialidades, é importante que a empresa acautele, logo à cabeça, essa divisão. Mas as empresas portuguesas não gostam muito de se associar, gostam de estar sós e, não raras vezes, prejudicam-se por isso”, diz.
No entender do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, “é importante que as empresas possam ter uma visão mais abrangente, mais holística, e começarem a pensar no projecto. Se bem que, não raras vezes, o projecto é dado. Mas se puderem participar na fase de projecto tanto melhor. É no projecto e no caderno de encargos que se gere a facilidade ou dificuldade com que se entra na obra e em muitos destes mercados. Há um conjunto de especificações e regras muito particulares. Se pudermos ter uma visão mais integrada e global, melhor”, adianta Ângelo Correia, garantindo a importância de uma “perspectiva antecipativa. Para isso temos de ter noção de quais os sectores com melhores perspectivas. Desde logo, os caminhos-de-ferro e a sua manutenção, obras portuárias e, eventualmente aeroportos”. Aquele responsável alerta, no entanto que o mercado das infra-estruturas rodoviárias está saturado. “Na área das estradas há uma presença e uma concorrência forte de empresas turcas e sul-coreanas. A Turquia é hoje um grande poder na área da Construção e Obras Públicas naquela região”. Ângelo Correia adianta igualmente a importância da clarificação em relação aos parceiros. “Nos países do Golfo, só há uma verdadeira entrada quando há um ‘sponsorship’, um parceiro que ajude que seja um sócio formal e facilitador local. Portugal tem de ter uma escolha clara nessa área e eu não tenho visto uma acção verdadeiramente forte para garantir isso”.