Os desafios de Angola para financiamento das infra-estruturas
O ministro angolano da Economia, Abraão Gurgel, revelou que Angola está a procurar 9,3 mil milhões de euros junto de investidores internacionais para construir infra-estruturas que considera serem fundamentais, incluindo uma nova refinaria petrolífera. Em entrevista ao Financial Times, Abraão Gurgel sublinha que a aposta nestes projectos é, assim, para continuar, apesar de as contas… Continue reading Os desafios de Angola para financiamento das infra-estruturas
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O ministro angolano da Economia, Abraão Gurgel, revelou que Angola está a procurar 9,3 mil milhões de euros junto de investidores internacionais para construir infra-estruturas que considera serem fundamentais, incluindo uma nova refinaria petrolífera.
Em entrevista ao Financial Times, Abraão Gurgel sublinha que a aposta nestes projectos é, assim, para continuar, apesar de as contas públicas angolanas terem sido severamente afectadas pela quebra do preço do petróleo.
Luanda está actualmente a procurar financiamento junto de credores estrangeiros para avançar com projectos de infra-estruturas que considera serem essenciais, incluindo seis mil milhões de dólares para uma refinaria.
“Existem projectos que foram adiados e existem projectos que ainda não começaram e há projectos em andamento que vão ser atrasados. Mas grande parte dos projectos são financiados por linhas de crédito estrangeiras, portanto não vão sentir qualquer impacto”, disse Abraão Gurgel na entrevista ao jornal britânico.
“Há projectos que estão a ser adiados e projectos que não arrancaram e projectos em curso irão abrandar, mas grande parte dos projectos [de infra-estruturas] são financiados por linhas de crédito estrangeiras, portanto não sentirão qualquer impacto”, disse Gourgel.
A confirmar-se, são boas notícias para as empresas portuguesas de construção e obras públicas que operam no país. Até 2014, o governo angolano gastava cerca de 15 mil milhões de dólares por ano em infra-estruturas.
Com uma queda superior a 40% do preço do petróleo nos mercados internacionais no espaço de um ano, o Governo liderado por José Eduardo dos Santos procedeu a um corte de um terço do total da despesa pública para o orçamento deste ano, de 62 mil milhões de euros para 46 mil milhões.
PIB em baixa
Devido à quebra das receitas petrolíferas em cerca de 60% este ano, Luanda também reviu em baixa o crescimento do PIB para o conjunto de 2015, de 9,7% para 6,6%, valor que contrasta com a previsão mais conservadora de 4,5% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O petróleo assume um papel fundamental na economia angolana. Angola é o segundo maior produtor africano e em 2013 o “ouro negro” garantiu 76% das receitas orçamentais e 98% das exportações totais. Para angariar dinheiro, Angola pretende emitir entre 1.000 milhões a 1.500 milhões de dólares em Eurobonds. Depois, o Banco Mundial está a preparar um empréstimo de 500 milhões de dólares, o primeiro deste género ao país lusófono. Ao mesmo tempo, o ministro revelou que as linhas de crédito bilaterais do Brasil, China e Espanha podem vir a ser prolongadas. Por último, o Governo angolano também abordou a Goldman Sachs, assim como outra empresa de investimentos, para obter empréstimos. Na entrevista, o ministro angolano apontou que a queda do preço do petróleo vai servir de incentivo para Angola diversificar a sua economia, como na área da agricultura, minas, pescas e produção industrial. “Agora temos de acelerar a velocidade da implementação da diversificação, não há forma de recuar”, disse Abraão Gurgel ao Financial Times.