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    “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    José Miranda Rodrigues e José Bruno Costa Martins, international division manager e coordenador internacional da Consulgal, respectivamente, acreditam que a actual conjuntura menos positiva do mercado angolano resultante da quebra do preço do petróleo, que leva à falta de liquidez do país, é transitória e não constitui motivo para deixar de apostar na região. Angola… Continue reading “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    Pedro Cristino

    “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    José Miranda Rodrigues e José Bruno Costa Martins, international division manager e coordenador internacional da Consulgal, respectivamente, acreditam que a actual conjuntura menos positiva do mercado angolano resultante da quebra do preço do petróleo, que leva à falta de liquidez do país, é transitória e não constitui motivo para deixar de apostar na região. Angola… Continue reading “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    Pedro Cristino
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    José Miranda Rodrigues e José Bruno Costa Martins, international division manager e coordenador internacional da Consulgal, respectivamente, acreditam que a actual conjuntura menos positiva do mercado angolano resultante da quebra do preço do petróleo, que leva à falta de liquidez do país, é transitória e não constitui motivo para deixar de apostar na região.

    Angola continua a reunir um interesse grande por parte da Consulgal, apesar dos problemas que advêm da quebra do preço do petróleo?

    JMR – Continua. Estamos em Angola desde 2006 e, portanto, não é por uma situação que é recente e transitória – pelo menos é a interpretação que fazemos – que deixaríamos de considerar este mercado como uma região de menos interesse para a Consulgal. Temos a sensação que esta situação é transitória e é um problema de liquidez que tem alguns pontos que são importantes do ponto de vista das empresas e das pessoas. No caso das empresas, está relacionado com a própria questão dos pagamentos e, no caso das pessoas que trabalham no país, e dos nossos colaboradores, está relacionado com as dificuldades de transferência dos salários para Portugal – diria até que essa é a maior questão. Paralelamente, e fruto de algumas dificuldades financeiras que Angola teve na sequência desta crise do petróleo, verifica-se uma diminuição clara do volume de obras públicas. Portanto, isso acaba por afectar as empresas na sua generalidade, porque Angola era um país que investia fortemente na área das obras públicas e está numa fase de contenção e, inclusive, a repensar alguns dos investimentos importantes que iria fazer. No entanto, entendemos que tal facto não é razão nem motivo para não continuarmos em Angola. Vamos aguardar que esta fase que, como disse, considero transitória, passe. É provável que o paradigma angolano se altere do ponto de vista da forma de olhar para as obras públicas e que se pense de uma forma diferente em futuros investimentos, em comparação com o passado, no sentido de se escolher os que são prioritários e mais importantes.

    Trabalham com os privados para colmatar esta quebra de investimento público?

    JMR – Temos alguns contactos com privados. Alguns ligados à área do petróleo, o que significa que também vivem este desafio. Mas o maior projecto em que estamos envolvidos em Angola é na área das obras públicas neste momento. Diria que 80% da nossa actividade está relacionada com as obras públicas.

    JBCM – No campo do investimento privado, tivemos duas expectativas. Uma na área das telecomunicações, para uma nova sede de uma empresa do sector e ainda não recebemos feedback, mas penso que, fruto da situação económica actual, o projecto estará em “standby” a aguardar uma conjuntura mais favorável. Também temos sido abordados por algumas empresas ligadas à área da indústria ligeira porque, como Angola viveu todo aquele período de guerra, a produção nacional diminuiu bastante. Então, ao longo destes anos, tem havido uma aposta forte na produção nacional. Obviamente que isto é um processo que leva tempo mas, aos poucos, vão surgindo fábricas, como uma fábrica de tomate, uma fábrica de películas para embalar produtos ou uma fábrica de sapatos, tudo isto está a aparecer aos poucos em Angola, porque também não é comportável para o país ter tantos recursos naturais e estar no modelo de importação em que esteve nas últimas décadas. E este volume de importação existe porque o tecido produtivo foi destruído durante o tempo da guerra. Está agora a ser reconstruído e acredito que, no médio prazo, em Angola, esta balança de importação e exportação, com os recursos naturais que o país tem, haverá tendência para diminuir as importações, para aumentar as exportações e atingir o equilíbrio ou até uma situação positiva de défice comercial.

    Portanto, estão a ser criadas as bases para impulsionar uma mudança no tecido produtivo angolano…

    JMR – É a estratégia que o Governo de Angola está a tentar implementar e que esta crise do petróleo ajudou a tornar transparente. Temos que olhar para a balança de pagamentos e para a balança de transacções com o exterior e temos que apostar na produção angolana. Isto é o que o Governo terá pensado para precaver futuras situações idênticas a esta, porque o que se passa aqui é, neste momento, a dificuldade de liquidez que as empresas enfrentam, que resulta da dificuldade da existência de moeda estrangeira e de ter havido menor exportação na área do petróleo.

    Em que tipo de projectos estão envolvidos em Angola?
    JMR – São contratos na área das águas e saneamento, cujo cliente é a Direcção Nacional de Águas (DNA), são trabalhos tanto na área do projecto como na área de fiscalização e supervisão de obra. São as duas actividades em que temos vindo a operar nesta área. Temos um contrato ligado à área dos resíduos, que está na fase final de apresentação dos estudos elaborados e que é referente aos resíduos sólidos de uma zona de Angola, nomeadamente o Sumbe.

    JBCM – Depois temos alguns contratos na área dos edifícios. São edifícios públicos, de pequena dimensão – um auditório no Caxito, para o Governo Provincial do Bengo – e, neste momento, temos também um contrato em que existe uma entidade financiadora, que é a União Europeia, existe uma entidade local que gere o financiamento, que é o Ministério do Planeamento, e existe uma entidade beneficiária que é o Ministério da Energia e Águas. Neste caso, é um centro de formação profissional para o sector das águas. No anterior quadro do Fundo Europeu de Desenvolvimento, portanto, a ajuda europeia a outros países, foi concedido este financiamento a fundo perdido e, com isto, o que se pretende é criar um centro de formação profissional para o sector das águas, que é um sector que está em forte expansão no país. Isto porque existem ainda muitos locais onde a população não tem acesso à água potável.

    A área das águas é uma das que estará, porventura, em maior expansão?

    JMR – É uma área com grandes investimentos porque também tem grandes necessidades e é fundamental para o desenvolvimento de um país. Há também a área dos transportes que me parece importante. Temos uma proposta entregue para um trabalho ligado à ferrovia, mas não há ainda decisões. Há ainda expectativas na área dos portos. Na área do petróleo estamos a acompanhar duas empresas nacionais que trabalham em Angola, e temos aqui algumas expectativas no que concerne a dois trabalhos, um na zona norte de Cabinda-Soyo e outro em Benguela, mas ainda não são situações definitivas. Uma delas está mais encaminhada para se tornar numa situação objectiva de trabalho, que inclui projecto e fiscalização de uma unidade industrial ligada à componente do petróleo. Do ponto de vista do urbanismo, também existem algumas possibilidades. Em Luanda, concretamente, há alguns trabalhos nessa área que se podem transformar em possibilidades. Mas a sensação que tenho é que, há alguma contenção e se está a fazer aquilo que é realmente prioritário e que estava em marcha. Alguns dos contratos que temos, inclusivamente no sector das águas, estão a ser repensados ou recalendarizados para uma situação posterior.

    Como se podem classificar as infra-estruturas ferroviárias e portuárias que existem no país actualmente?

    JBCM – Em desenvolvimento.

    JMR – As infra-estruturas existem. Agora, a nível ferroviário, o país tem muita coisa para fazer, mas também já fez muita coisa. Após a descolonização, sobretudo nos últimos 10 anos, fez-se alguma coisa na área da ferrovia. O país é muito grande, a área ferroviária é, se calhar, estrategicamente importante, também para os países limítrofes, sobretudo os que estão no interior e que precisam da ferrovia para alcançar o litoral. Esse projecto no qual temos uma proposta entregue está relacionado precisamente com este tipo de ligações.

    Portanto, Angola está a virar-se para as exportações…

    JBCM – Está a virar-se para a diminuição das importações, que é diferente. No médio prazo, a ideia é consumir o produto nacional em detrimento da importação porque existem muitos recursos naturais no país. Se calhar, no longo prazo, depois de alcançar o equilíbrio, em que a população possa ser alimentada maioritariamente por produção nacional, se existir excedente, a exportação será o caminho normal. Quando os portugueses ainda eram o povo colonizador de Angola, falava-se no petróleo, mas o petróleo representava apenas 5% do PIB da região. Havia café, algodão e outras matérias primas. Hoje, o petróleo representa cerca de 50% do PIB, 95% das exportações e 76% da receita fiscal. Agora, obviamente, para não estar amarrado a este produto, como tudo na economia a diversificação é também a chave para a diminuição do risco. Como Angola ainda tem a economia muito dependente do petróleo, se o petróleo sobe, quem exporta fica satisfeito, quando desce, toda a economia fica prejudicada, porque não existe diversificação de fontes de receita.

    O peso de Angola no negócio da Consulgal é significativo?

    JMR – Diria que não ultrapassa, neste momento, os 10% da nossa facturação. A Consulgal está há sete ou oito anos em Angola mas só nos últimos dois anos é que consolidámos um pouco mais a nossa presença, devido a factores internos e que são referentes à nossa organização no país. Mas a expectativa que temos em Angola, independentemente da crise, é que Angola possa, juntamente com Moçambique e o Brasil, ser um dos pólos importantes da internacionalização da Consulgal.

    São mercados naturais?

    JMR – Sim, são mercados naturais, embora esteja aberto a outros mercados, mas diria que os mercados dos PALOP são mercados importantes, porque a língua facilita a ligação e também somos vistos nesses países como parceiros de importância, face ao passado e às questões culturais inerentes. Em Angola isso é evidente. A visão das empresas portuguesas em Angola é positiva, porque têm dado um contributo para o desenvolvimento do país bem diferente do que tem sido aquilo que outras empresas têm feito, embora haja uma empresa muito grande de empresas chinesas no desenvolvimento de Angola, mas isso é comum aos países africanos. Estas empresas chinesas têm grande capacidade financeira mas, do ponto de vista prático, o que sinto é que Angola está bastante dependente do apoio das empresas portuguesas. Basta dizer que algumas das grandes empresas de construção portuguesas hoje estão em Angola, implantadas, algumas delas mesmo como sendo empresas angolanas, que mudaram inclusive as suas sedes sociais para Angola, e, portanto, há aqui uma importância extraordinária no que os portugueses têm vindo a fazer no país.

    O trabalho da engenharia portuguesa é bastante bem visto…

    JBCM – Sim. Não só em Angola, mas diria que a engenharia portuguesa tem boa aceitação em todo o mundo. Provavelmente não precisaram de nós nos Estados Unidos mas, nos países onde há necessidade do contributo de empresas de engenharia estrangeiras, os portugueses são bem vistos pela qualidade do trabalho ser superior à média.

    Além dos problemas de liquidez e da dificuldade de transferir salários, que outros desafios enfrentam as empresas portuguesas em Angola?

    JMR – Diria que estas questões financeiras são as primordiais, na medida em que as empresas dificilmente conseguem sobreviver se não tiverem garantido os pagamentos, a capacidade de transferência dos dividendos e do fruto do seu trabalho para o país de origem, até para manterem as suas estruturas nas suas sedes e porque também, muitas vezes, as suas sedes trabalham directamente para as empresas e subsidiárias e sucursais que têm em Angola. Portanto, estas questões são fundamentais. Diria também que o facto de se estar a trabalhar em África, com problemas de logística, problemas ligados a questões de saúde, não é o mesmo que estar a trabalhar em Portugal. Assim, a questão da adaptação das pessoas que estão a trabalhar localmente para as empresas, é, juntamente com estas questões financeiras, um dos pontos fundamentais e mais difíceis. Mas nós também temos uma capacidade de adaptação extraordinária e tenho sentido que os técnicos que temos colocado em alguns destes países, nomeadamente em Moçambique e em Angola, dispõem de uma capacidade de adaptação muito grande e rápida. Os nossos técnicos também já estão habituados a circular por Cabo Verde, por Angola e por Moçambique, a trabalhar em pontos mais remotos, com mais dificuldades, onde a alimentação é diferente e as facilidades não existem.

    Além das empresas chinesas, que países compõem a concorrência em Angola?

    JMR – O Brasil é um concorrente forte para as construtoras, mas também para as empresas da nossa área da engenharia, onde as empresas sul-africanas também têm algum peso. Depois há algumas grandes empresas de consultoria internacionais que estão em África e Angola faz parte do continente e, portanto, estão neste país, como estão no Congo ou noutros países. São empresas europeias e americanas, que são grandes concorrentes, indiscutivelmente, porque têm uma dimensão diferente da Consulgal, embora a Consulgal não deixe de ter importância local e acaba por ter tanta importância como um grande consultor internacional, porque a relação cultural e linguística facilitam exactamente esta situação. Seria, se calhar, mais difícil, estarmos no Congo ou no Senegal, pois seríamos vistos como mais uma empresa estrangeira. Em Angola, somos vistos como uma empresa portuguesa, que é diferente. Depois, outros concorrentes na área da engenharia são as próprias empresas angolanas. Temos, em Angola, grande empresas de engenharia que cresceram durante a fase de crescimento do próprio país e que têm Angola uma “share”, nesta área da consultoria, muito forte. Há empresas angolanas com dimensão, que têm já uma importância grande e que dispõem de quadros que, muitas vezes, são portugueses.

    JBCM – O grande “player” do mercado angolano até é uma empresa libanesa, mas que também é uma empresa muito grande a nível mundial na área da consultoria em engenharia. É a empresa que, tradicionalmente, tem liderado o mercado da consultoria em Angola. Já está no país há muitos anos, tem uma dimensão bastante maior que a Consulgal e é também um competidor forte.

    Uma questão que tem sido importante para as construtoras consiste na necessidade de ter um parceiro local no país. Isto também se aplica na área da engenharia?

    JMR – Sim. As parcerias existem pelas mais variadas razões e nós temos feito algumas com empresas angolanas, porque achamos que ter um parceiro angolano pode proporcionar uma visibilidade externa de um consórcio, numa oportunidade específica, num concurso, que pode ser importante. Mas diria que, na maior parte das vezes, estas parcerias resultam das necessidades dos próprios concursos, porque, para garantir os requisitos de qualificação desses concursos, muitas vezes temos de somar as experiências de mais do que uma empresa.

    É difícil encontrar parceiros adequados ao que a Consulgal pretende?

    JMR – Não. Depende de cada caso. Neste momento, temos contratos em que até estamos sozinhos, mas temos feito várias propostas de parcerias. Não é difícil, é preciso é que haja relações. Temos relações com algumas empresas internacionais e também empresas angolanas e, caso a caso, avaliamos as possibilidades. Muitas vezes surge um convite da nossa parte, outras, surge o convite de outras partes.

    Quais são os critérios de maior peso num concurso de obra pública no campo da engenharia?

    JMR – Diria que é 50% ou 40% para o preço e 50% ou 60% para a apreciação técnica. Depende um pouco do tipo de concurso mas, normalmente, não há um grande privilégio do factor preço.

    JBCM – Curiosamente, neste contrato da União Europeia, os critérios consistiam em 80% valia técnica e 20% preço, o que é um cenário diferente daquele que existe no mercado português actualmente, em que, maioritariamente, se valoriza o preço mais baixo. No caso de serviços de engenharia em que, ao contrário do fornecimento, há uma componente intelectual e até de qualidade da organização da abordagem proposta para a realização do serviço, não me parece que, privilegiar, em exclusivo ou maioritariamente, o preço, seja o melhor caminho a seguir. No entanto, sabemos que o factor económico também pesa mas, muitas vezes, os decisores esquecem-se que, neste caso concreto, da parte do projecto, ou da parte da fiscalização ou da parte da gestão do projecto, o investimento relativamente ao valor do global é percentualmente muito reduzido. Portanto, não se justifica estar a poupar muito numa coisa, se dessa poupança até poderá resultar um prejuízo bastante maior do que a percentagem que seria justa pagar por um serviço de qualidade.

    Que é o que acontece em Portugal…

    JMR – Sim. Mas também acontecia em Portugal antes da crise. Na minha opinião, no caso das prestações de serviço, desnecessáriamente, porque o peso do valor das prestações de serviço nos investimentos não é significativo e, se calhar, acaba por ter um factor negativo no cômputo geral porque, ao diminuir a qualidade da prestação de serviços, está-se a aumentar o preço da construção de forma global e uma série de problemas associados.

    JBCM – É curioso porque Angola até é mais exigente na qualificação para os concursos públicos das empresas de consultoria do que Portugal. Basta dizer que, em Angola, para as empresas que concorrem a projectos ou a fiscalização de obras públicas existem alvarás, situação idêntica à que existe para os empreiteiros. Em Portugal não existe alvará para estas empresas. Não existe nenhum dispositivo legal que faça uma diferenciação entre um grande consultor de engenharia, que tem uma determinada estrutura, dimensão e número de quadros técnicos e um gabinete, muitas vezes, unipessoal. À luz da legislação portuguesa, estão ambos qualificados. Em Angola, não. Existem oito níveis de alvará e, por exemplo, para o alvará da classe máxima, já é necessário ter um quadro com um mínimo de 25 pessoas, sendo que cinco delas terão de ser técnicos superiores também – arquitectos ou engenheiros –, a empresa tem de ter um determinado currículo e não dever nada ao Estado. Existe uma qualificação em função do valor das prestações de serviço.

    Relativamente aos quadros, as empresas têm que obedecer a quotas no que concerne ao número de funcionários angolanos?

    JBCM – Normalmente, têm de ter 70% de funcionários angolanos. O que acontece é que, muitas vezes, essa percentagem diminui pelo facto de, no nosso caso em específico, o contrato requerer alguma experiência. Em Angola ainda não existem técnicos em número suficiente e com essa experiência e, portanto, o currículo é ajustado em função da realidade.

    É difícil encontrarem quadros qualificados angolanos?

    JBCM – Não são suficientes em função das necessidades, embora o país tenha apostado na formação. Mas, se fossem, também não precisavam de nós, das empresas portuguesas ou internacionais. Isto tem que ser uma situação de “win-win”. Não têm número suficiente no país e nós temos essa experiência e essa capacidade.

    Crêem que, de alguma forma, a exportação de formação possa ser um desígnio da engenharia portuguesa em Angola?

    JBCM – Pode. Nós fomos abordados por uma grande construtora angolana para fornecermos formação profissional no sector de engenharia. Se não há quadros suficientes é necessário formá-los e essa é uma aposta do próprio governo de Angola.

    A confiança dos investidores no mercado angolano está abalada com a quebra do preço do petróleo ou demonstra robustez?

    JMR – Não diria que está abalada mas está refreada. Acho que há alguma contenção e expectativa para perceber o que vai acontecer. Por outro lado, há alguns investimentos privados em áreas relacionadas com a produção de bens próprios em Angola, nomeadamente na área industrial. Isso é uma consequência do país estar a travar algumas importações. Por exemplo, no caso da cerveja, havia uma quota da cerveja portuguesa em Angola e, agora, ao bloquear-se a importação de cerveja está-se a obrigar ao aumento da produção da própria cerveja local.

    JBCM – Existem já quotas de importação para promover a produção nacional. É lógico, legítimo e parece ser o caminho certo a nível de desenvolvimento do país.

    Contam aumentar a actividade em Angola?

    JMR – Estamos com uma expectativa positiva. Se algumas das expectativas que estamos a seguir se concretizarem, vamos ter, nos próximos dois ou três anos, um aumento da nossa presença em Angola do ponto de vista de trabalho efectivo, independentemente da crise. Mas seria necessário que algumas destas oportunidades, que estão em fase final de decisão, se concretizassem.

    Angola desenvolveu-se muito na zona de Luanda. Nota-se iniciativa para desenvolver outras regiões do país?

    JBCM – Nota-se. O que aconteceu foi que, fruto da guerra, uma grande parte da população refugiou-se em Luanda. Agora, aos poucos, está a ser feita uma aposta não só na requalificação urbana da cidade, como têm estado a ser desenvolvidos alguns pólos industriais e outras actividades económicas fora da capital. A forma de resolver alguns dos problemas urbanísticos de Luanda também passa pela criação de oportunidades e de postos de trabalho noutros locais. Diria que, a nível de decisão, a maioria das decisões é tomada naturalmente em Luanda, mas abrange todo o país. Estão a ser feitos pólos industriais em Menongue, no Cuando-Cubango, que era chamada a “Terra do Fim do Mundo” e agora tem tido um grande desenvolvimento, em Benguela, tradicionalmente uma das cidades mais importantes, no Huambo, etc. Portanto, nota-se que há uma aposta no desenvolvimento de todo o país. Em Luanda existe a maior concentração, mas o que acontece é que a grande parte dos investimentos públicos que têm ocorrido não é em Luanda, mas sim no desenvolvimento de todo o país, desde a linha férrea, portos, pólos industriais.

    Quantas pessoas tem a Consulgal a trabalhar em Angola?

    JMR – Temos duas empresas em Angola, a Consulgal Angola, detida a 100% pela Consulgal, e a Afrigal, detida em 50% pela Consulgal e 50% pela Sistec, que é uma empresa angolana. O Grupo Sistec é um grupo muito importante ligado às tecnologias de informação e tem mais de mil pessoas. O facto de termos hoje essa empresa ligada a um grupo angolano importante dá-nos a expectativa de podermos crescer no país e sentirmo-nos no país também como uma empresa angolana. Neste momento, em função dos quadros e dos contratos que temos, diria que temos entre 18 e 20 pessoas em Angola e esperamos crescer se alguns contratos, nomeadamente este da área do petróleo, se vierem a confirmar, se a obra do abastecimento de água ao Huambo, que é um contrato que está já firmado, arrancar – que temos a expectativa de que arranque dentro de um mês e meio, dois meses.

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    SIL 2024 atribui prémios e distingue personalidade do ano

    A entrega de Prémios SIL do Imobiliário, que decorreu esta quinta-feira, dia 2 de Maio, atribuiu 13 prémios em cada uma das categorias a concurso e duas menções honrosas

    Créditos: Nuno Cruz (FIL)

    Realizou-se esta quinta-feira, dia 2 de Maio a entrega de Prémios SIL do Imobiliário, numa edição que atribuiu 13 prémios em cada uma das categorias a concurso e duas menções honrosas.

    Assim, foram mais de 40 candidaturas a concurso, de empresas e entidades, que apresentaram soluções, empreendimentos ou fases autónomas de empreendimentos, situados em território português, e cuja construção está concluída e/ou considerada como tal, no essencial da obra.

    Já a distinção da personalidade do ano foi atribuída a Luís Correa de Barros, CEO da Habitat Invest, pelo “trabalho desenvolvido em prol do imobiliário português, destacando-se na área da promoção e da mediação”.

    Ao nível dos prémios SIL, o Melhor Empreendimento em Construção Nova, na categoria de Habitação, coube ao Infinity, promovido pela Vanguard Properties. Já o Icon Community, da Civilria, arrecadou o prémio de Melhor Empreendimento Imobiliário, também em Construção Nova, mas na categoria de Comércio Serviços e Escritórios.

    Foi, ainda, distinguido o projecto Lumiére, da Jhomea Invest, na categoria de Construção Sustentável e o empreendimento O’Living, da Mexto, com uma Menção Honrosa, para Melhor Empreendimento Imobiliário em Construção Nova em Habitação.

    Ainda enquanto Melhor Empreendimento, mas no Turismo, o prémio foi entregue à Sociedade Imobiliária Verdelago, pelo seu resort de luxo no Algarve, tendo, igualmente sido distinguido com o prémio Inovação na categoria de Projecto.

    Ainda no Turismo, mas na categoria de Reabilitaçao, coube ao Upon Villa, do Grupo Libertas, a distinção. Na Habitação, foi o Bonjardim, da Avenue, foi distinguido.

    Já na categoria de Comércio, Serviços e Escritórios, a distinção foi entregue à Gestão e Obras do Porto pela reabilitação da Escola Secundária Alexandre Herculano.

    Ainda na reabilitação urbana, houve lugar à menção honrosa em Habitação, para o projecto Linea Residences, da Habitat Invest.

    A Inovação foi também distinguida. Quanto à Promoção Imobiliária, o prémio foi atribuído ao Magnólia City Park, da Revito Real Estate e à Flexty, no segmento de Mediação.

    A melhor campanha de lançamento foi atribuída à Native, da Sociedade Imobiliária Colonade.

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    Entre Janeiro e Março de 2024, o número de imóveis novos transaccionados pelo departamento de Novos Empreendimentos cresceu 36% face ao período homólogo. Estas vendas representaram um aumento de 38% na facturação desta unidade de negócios da ERA face ao período homólogo

    tagsERA

     

     

    A ERA Portugal divulga os resultados da sua unidade de Novos Empreendimentos relativos ao 1º trimestre de 2024. Os indicadores confirmam uma tendência de crescimento da unidade que tem um peso cada vez maior deste departamento na facturação total do Grupo.
    Nesse sentido, a venda de casas novas mantém a tendência de crescimento, registando-se, entre Janeiro e Março, um aumento de +36% (cerca de 300 casas no 1T 2024) na comparação com o período homólogo. Dos cinco concelhos com mais casas novas vendidas destaca-se (com % face ao total nacional): Gondomar (peso de 10%); Porto (8%); Coimbra (7%); Loures (6%); Seixal (4%).
    A tipologia de imóveis com mais procura no segmento dos novos foram os T2 (37%), seguidos pelos T3 (29%), T1 (20%), T4 (10%) e T0 (3%). Embora apenas 3% das casas novas vendidas tenham sido T0, a procura por esta tipologia tem crescido substancialmente, sobretudo por parte de investidores, e são imóveis com um tempo de absorção (venda) muito rápido.
    Estas transações geraram uma faturação de aproximadamente 2,5 milhões de euros, o que significa uma subida de +21% em relação ao trimestre anterior (cerca de 2,1 milhões de euros) e +38% face ao período homólogo (a rondar os 1,8 milhões de euros). A venda de casas novas representou, neste trimestre, 15% da faturação habitacional, ganhando um peso cada vez maior na facturação total da ERA.
    O perfil dos clientes mantém-se similar ao de trimestres anteriores, ou seja, cerca de 80% são portugueses e os restantes distribuem-se por nacionalidades como Brasil, Alemanha, EUA e França.
    “Os números comprovam uma tendência de crescimento verificada ao longo do último ano. A incerteza macroeconómica que marcou o arranque de 2023 tornou ainda mais significativa a subida registada neste 1º trimestre e dá-nos boas perspetivas para o que resta do ano”, antecipa David Mourão-Ferreira, director do departamento de Novos Empreendimentos da ERA Portugal.

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    A iniciativa acontece a 6 de Maio na Fuindação de Serralves, no âmbito no âmbito da programação paralela comissariada pelo arquitecto António Choupina para a exposição C.A.S.A.

    A homenagem a Álvaro Siza, promovida pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura (CICA), terá lugar na Fundação de Serralves, esta segunda-feira, dia 6 de Maio, pelas 19 horas, no âmbito da programação paralela comissariada pelo arquitecto António Choupina para a exposição C.A.S.A. (Colecção Álvaro Siza, Arquivo).

    Em Outubro, na sequência das Conferências Internacionais sobre o Poder e o Dever da Crítica Arquitectónica (2021), Definindo Qualidade Arquitectónica (2022) e Arquitectura como Crítica Construída (2023), realizar-se-á online a conferência de 2024 “Entre Autonomia e Comprometimento”, que procurará reconhecer as contribuições de Álvaro Siza e Denise Scott Bown neste campo.

    Esta homenagem contará com uma introdução de Wilfred Wang, presidente do CICA, que de seguida conversará com Ana Tostões, presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) e membro da CICA e Álvaro Siza que descreverá o seu projecto favorito de modo a responder às questões: Deve um edifício ser um mundo em si mesmo? Ou deve antes relacionar-se com o contexto? Os melhores edifícios conseguem ambos: criar uma ordem e linguagem próprias, enquanto dialogam e dão forma à envolvente?

    O CICA foi fundado em 1978, durante o 13º Congresso Mundial da União Internacional de Arquitectos (UIA), por Pierre Vago, Bruno Zevi, Max Blumenthal, Mildred Schmertz, Blake Huges, Jorge Glusberg, Louise Noëlle e Julius Posener, entre outros.

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    Concluído o primeiro trimestre de 2024, a Worx Real Estate Consultants lança os relatórios Outlook T1 2024, sobre o mercado de investimento em Imobiliário Comercial em Portugal e sobre o Mercado de Escritórios em Lisboa, com uma análise detalhada do primeiro trimestre de 2024.

    Assim sendo, da análise do primeiro trimestre de 2024 e das principais tendências destaca-se a previsão de crescimento da economia portuguesa acima da média da Zona Euro nos próximos três anos, com 2,0% em 2024, de acordo com últimas revisões em alta do Banco de Portugal.

    A propósito deste lançamento e desta análise, Pedro Rutkowski, CEO da Worx, destaca os mercados de escritórios e no investimento, os sectores de hotelaria e retalho. “O mercado de escritórios está bem encaminhado para ter um ano notável, fruto das grandes operações a que temos assistido e também das que estão ainda em pipeline. Já no mercado de investimento, os sectores de hotelaria e retalho vão continuar a ser os mais atractivos, e já estamos a assistir a uma recuperação do investimento em escritórios, face a 2023”, afirmou.

    De acordo com o estudo da consultora, no primeiro trimestre do ano, foram investidos cerca de 204 milhões de euros em imobiliário comercial, consistente com o período homólogo. Entre as principais transacções, destaca-se o edifício K Tower por um valor acima dos 70 milhões de euros, tendo o sector de escritórios captado o maior volume de investimento neste período, cerca de 38% do capital investido.

    O mercado de investimento deverá manter-se resiliente, com perspectivas de robustecimento da actividade na segunda metade do ano com o efeito da tão aguardada descida das taxas de juro. Ainda assim, o volume de investimento este ano deverá manter-se em linha com o volume registado em 2023 e antevê-se uma ligeira compressão das yields ainda no presente ano.

    O sector de escritórios assinalou um volume de ocupação de 73,725 metros quadrados (m2) na Grande Lisboa, tendo a procura quadruplicado face ao período homólogo. A ocupação de dois edifícios, na sua totalidade, por empresas dos Serviços Financeiros nas zonas 3 e 5 contribui em larga medida para o volume de absorção nas mesmas, que captaram mais de um terço da procura cada.

    Desta forma, perspectiva-se uma recuperação notável da procura por escritórios, com um volume de absorção em 2024 acima do ano anterior, sendo acompanhada por uma ligeira subida das rendas até ao final do ano.

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    Constructel adquire norte americana Verità

    Com a aquisição da empresa fornecedora de serviços de engenharia de telecomunicações dos EUA a Constructel duplica receitas anuais no mercado para os 250 milhões de dólares. A transacção deverá estar concluída no segundo trimestre de 2024.

    A subsidiária do Grupo Visabeira anunciou a aquisição da Verità Telecommunications Corporation (“Verità”), uma empresa que actua nos serviços de engenharia de redes de telecomunicações fixas e móveis na região Centro-Oeste dos EUA, com uma facturação superior a 100 milhões de dólares.

    A Verità é a décima aquisição da Constructel desde 2021, nos seus principais mercados: França, Reino Unido, Bélgica, Portugal, Alemanha e EUA. Com a Verità, a Constructel ganha uma forte plataforma no grande e crescente mercado de serviços de telecomunicações dos EUA. Após a conclusão desta aquisição, as receitas da Constructel nos EUA duplicarão para cerca de 250 milhões de dólares, repartidas entre os serviços de engenharia de energia e as telecomunicações.

    A Verità, com sede no estado do Michigan, emprega cerca de 500 funcionários e opera nas áreas da engenharia, construção e manutenção de infraestruturas de rede de telecomunicações fixas e móveis. Com operações principalmente nas regiões dos Grandes Lagos e Centro-Oeste, a empresa atingiu, desde 2021, um crescimento de receita de dois dígitos.

    Com uma reputação de excelência, a experiência da Verità, aliada à sua abordagem focada no cliente e competência relativamente ao fornecimento de soluções chave-na-mão, alinha-se perfeitamente com a estratégia de crescimento da Constructel para os Estados Unidos. Ao explorar a presença e as capacidades estabelecidas da Verità, a Constructel pretende fornecer soluções chave-na-mão de elevada qualidade para o crescente mercado de implantação de fibra ótica e 5G.

    A actual equipa de gestão da Verità, sob a administração do fundador e CEO da Verità, Michael A. Falsetti, continuará a liderar a empresa mantendo a aposta nas relações fortes com clientes, compromisso com funcionários e parceiros e um foco incansável na qualidade da entrega para impulsionar a próxima vaga de crescimento da empresa.

    De acordo com Michael A. Falsetti, “esta parceria estratégica permitir-nos-á acelerar o nosso crescimento, não só proporcionando novas oportunidades para melhor servir os nossos actuais clientes e facilitando novas relações, mas também fomentando a transformação digital e de gestão que já estava a ganhar forma. Prevejo uma trajectória próspera para a Verità e para a sua força de trabalho.”

    Para Nuno Marques, CEO da Constructel Visabeira, “este investimento representa um marco importante. Posiciona-nos num patamar que nos irá permitir alcançar vendas anuais de cerca de 250 milhões de dólares nos Estados Unidos, equilibrando o nosso crescimento nos sectores da Energia e das Telecomunicações. À medida que executamos a nossa estratégia de expansão nos Estados Unidos, onde temos fortes ambições de longo prazo, este investimento desempenhará um papel fundamental.” E acrescentou, “com base nos nossos valores partilhados e uma visão comum para o futuro, juntamente com o meu profundo entendimento das fortes bases da Verità, estou confiante de que podemos alavancar sinergias comerciais e operacionais para concretizar as aspirações dos nossos clientes e alcançar uma trajetória de crescimento e de lucro sustentado. Adicionalmente, a robustez do nosso balanço permitir-nos-á continuar a prosseguir as nossas prioridades de crescimento e a nossa estratégia de aquisições nos próximos anos, na Europa e nos EUA.”

    Desde 2021, a Constructel alcançou um crescimento superior a dois dígitos nas receitas orgânicas e de mais de dois dígitos nas margens de EBITDA, reportando um volume de negócios de cerca de 1,3 mil milhões de euros. Estes números reflectem um crescimento anual das vendas e da margem superior a 20%, sustentado por uma combinação de forte expansão orgânica, que representa a maior parte do crescimento da Constructel, e um histórico de aquisições bem-sucedidas, apoiado num balanço sólido. A Constructel tem aumentado significativamente a sua actividade de Serviços de Engenharia de Energia, que contribui para mais de 30% das receitas globais da empresa, apoiando os clientes com investimentos em redes de transporte e distribuição, energia renovável e infraestrutura de carregamento de veículos eléctricos. Paralelamente, a Constructel reforçou a sua presença internacional na França, Bélgica, Reino Unido, EUA e Alemanha, que contribuem em conjunto com mais de mil milhões de euros para as receitas da empresa. Espera-se que a transacção seja concluída no segundo trimestre de 2024.

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    Nuno Sepúlveda assume presidência do CNIG

    O Co-CEO da Details Hospitality Sports & Leisure, entidade que gere campos de golfe em Portugal, incluindo Vilamoura, Palmares, Aroeira e Vale Pisão, assume o cargo com um plano estratégico para promover o crescimento sustentável do sector

    O Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) tem novos corpos sociais e elegeu Nuno Sepúlveda como presidente da direcção. O Co-CEO da Details Hospitality Sports & Leisure, entidade que gere campos de golfe em Portugal, incluindo Vilamoura, Palmares, Aroeira e Vale Pisão, assume o cargo com um plano estratégico para promover o crescimento sustentável do sector.

    “Queremos chamar a atenção para o impacto significativo do golfe na economia nacional e ajudar a desmistificar algumas crenças erradas que existem sobre este desporto,” afirma Sepúlveda.

    A nova direcção reflecte a diversidade geográfica do golfe português, com membros de todo o País, incluindo as Ilhas, espelhando as necessidades muito díspares do sector.

    A equipa é composta por Frederico Brion Sanches (Silver Coast Golf Club), Luís Cameira (Estela Golf Club), Ricardo Abreu (Clube de Golf do Santo da Serra), Jorge Papa (Imoreguengo), Rodrigo Ulrich (Clux Comporta Golf) e Pedro Castelo Branco (Clube de Golfe Royal Óbidos).

    A Mesa da Assembleia Geral inclui Alexandre Barroso (Golf Time) como presidente, Hugo Santos (Estoril Plage) como vice-presidente, e Hugo Amaral (Albatroz Fantasy) como secretário. O Conselho Fiscal é liderado por Carlos Pinto Coelho (Guia), com Francisco Cadete (Golf Béltico) e João Paulo Sousa (Benamor) como vogais.

    Para este triénio, o CNIG apresentou um plano estratégico com iniciativas-chave ambiciosas que incluem a Gestão de Recursos Hídricos, com o objectivo de “desmistificar a ideia de que o golfe é um grande consumidor de água em comparação com outros sectores”, Neste sentido, serão promovidas discussões e estudos para mostrar que, embora o golfe utilize água, o sector opera de forma cada vez mais eficiente e sustentável, e contribui significativamente para a economia, ajudando a combater a sazonalidade turística em Portugal.

    A requalificação dos campos de golfe através dos apoios do PRR é uma das reivindicações, assim como dialogar com os legisladores para propor a redução do IVA nos serviços de golfe, com o objectivo de tornar o golfe mais acessível e estimular o crescimento económico.

    Serão, ainda, encomendados novos estudos para avaliar o impacto económico do golfe em Portugal, actualizando os dados de 2019. Estes estudos ajudarão a fundamentar políticas públicas e estratégias privadas, destacando o golfe como um motor de crescimento e de geração de emprego.

    No que diz respeito à sustentabilidade, o CNIG irá desenvolver e promover políticas que garantam boas práticas sociais e de governança, apoiando os seus membros com programas de formação e qualificação.

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    Zome lança serviço “inovador” de verificação de imóveis

    Este serviço pressupõe a emissão de um relatório com as características funcionais e estruturais do imóvel, possível graças a uma parceria com o ICS – Instituto para a Construção Sustentável, da FEUP

    tagsZome

    A Zome acaba de lançar oficialmente o serviço “Imóvel verificado by Zome”. Com o objectivo de “assegurar aos compradores, uma verificação detalhada do estado da casa” que pretendem adquirir e aos proprietários, este serviço pressupõe a emissão de um relatório que valoriza o seu imóvel. Este lançamento foi possível graças a uma parceria com o ICS – Instituto para a Construção Sustentável, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

    O novo serviço, lançado durante o Salão Imobiliário de Portugal, que decorre até 5 de Maio, em Lisboa,  consiste numa verificação exata dos imóveis, tipo raio-x, onde os consultores imobiliários, certificados pelo ICS da FEUP, utilizam uma plataforma tecnológica exclusiva da Zome para registar o estado do imóvel e assim gerar um relatório detalhado para os clientes. Esse documento oferece uma visão abrangente das características estruturais e funcionais da propriedade. Para garantir a qualidade deste serviço, o ICS – Instituto para a Construção Sustentável, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, desenvolveu uma formação específica e certificada para todos os consultores da mediadora nacional.

    “O conceito do Imóvel Verificado by Zome foi desenvolvido com o objectivo de elevar o valor do serviço oferecido pelos consultores imobiliários, aumentar a transparência no processo de compra e venda e aportar mais conhecimento certificado, valorizando ainda mais a classe. Esta ideia surgiu de um grupo de trabalho de consultores imobiliários da Zome que procura inovar este sector e oferecer produtos diferenciados aos clientes”, explica Hélder Pereira, product marketing director da Zome.

    Este novo serviço reflecte uma abordagem diferenciada, com mais valor agregado e transparência no processo de compra e venda. Os clientes têm acesso a um relatório detalhado sobre o estado do imóvel, facilitando a negociação e o fecho do negócio. Além disso, as casas recebem um selo de “Imóvel Verificado by Zome”, destacando-as das demais no mercado, oferecendo uma vantagem adicional de confiança.

    Por outro lado, beneficiam de uma protecção abrangente, através do Seguro Multirriscos + Assistência ao Lar da SABSEG Seguros incluídos na transacção, com a primeira anuidade oferecida pela Zome.

    A celebrar cinco anos de actividade, a Zome aproveitou para fazer algumas reestruturações internas. Neste caso, Carlos Soares dos Santos, até aqui Chief Technology Officer (CTO) da rede, e que foi também um dos fundadores, passa a CEO. Já Patrícia Santos, a anterior CEO, passa a Chairman do Grupo.

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    Eficiência energética, BIM e construção metálica na agenda do 2º dia da Tektónica

    Ponto de encontro da indústria a feira da construção é o palco escolhido para a apresentação de soluções, novos produtos e empresas, mas também de discussão. Uma vertente que ganha um novo dinamismo numa altura que é de mudança para o sector. Neste que é o segundo dia do certame a eficiência energética, construção metálica e BIM estarão na agenda   

    A eficiência energética será o tema forte do segundo dia do evento. Na manhã do dia 3 terá lugar a mesa-redonda «Mais conforto e eficiência energética nos edifícios em Portugal», numa organização da Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes, ANFAJE. Nesse dia, mas um pouco mais tarde, a mesma associação fará sessão de lançamento do ‘Guia Exclusivo dos Fabricantes de Janelas Eficientes 2024’

    Da agenda consta ainda o encontro “ETICS, do conceito à aplicação”, organizado pela Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas e ETICS, APFAC.

    A organização Women in BIM Portugal trará ao debate o “Simplex Urbanístico & BIM”, um debate conduzido por Claúdia Antunes com a participação da arquitecta Patrícia Robalo, sobre a simplificação dos processos de licenciamento urbanístico e a obrigatoriedade de submissão de projectos em BIM.

    Também no dia 3 de Maio, segundo dia do encontro, terá lugar o seminário “Construção Metálica Sustentável” conduzido pelo director da CMM Luís Figueiredo Silva, e que conta com a participação de Helena Gervásio da Universidade de Coimbra, Cláudia Rocha da EQS, Gonçalo Martins da Perfisa e Paula Resende, da Antero.

    Neste que é o segundo dia da Tektónica conta ainda com a palestra da Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado, EFRIARC, sobre “Os desafios da transição energética no ambiente construído”.

    A cerimónia de entrega dos Prémios Tektónica Inovação 2024 encerra o ciclo de encontros do dia 3 de Maio.

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    Anjos Urban Palace é o novo projecto de reabilitação da EastBanc

    O edifício do século XIX encontra-se a ser transformado em edifício de escritórios, num projecto do atelier de Souto de Moura

    Anjos Urban Palace é o mais recente projecto de reabilitação levado a cabo pela Eastbanc Portugal. Localizado no Príncipe Real, o “bairro de eleição” do promotor, o edifício do século XIX encontra-se a ser transformado em edifício de escritórios, num projecto do atelier de Souto de Moura. A obra deverá ficar concluída em Junho de 2025.

    Com uma área útil total de quase 3.250 metros quadrados (m2), o imóvel terá capacidade para receber até sete inquilinos. Além disso, vai contar, ainda, com duas lojas, uma de 215 m2 outra de 366 m2, e um restaurante com 650 m2, que também inclui um terraço.

    O investimento, onde se inclui os custos de reabilitação, rondam os sete milhões de euros. A comercialização está a cargo das consultoras Savills e CBRE, em regime de co-exclusividade.

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    Reynaers confirmada como parceira principal da ZAK World of Façades

    As conferências ZAK World of Façades irão decorrer no dia 20 de Junho, no Centro de Congressos de Lisboa, na qual a Reynaers irá participar com um stand e abordar o tema ‘Conformidade, Sustentabilidade e Digitalização como drivers da evolução’

    A Reynaers Aluminium foi confirmada como Parceira Principal da ZAK World of Façades, que cuja conferência irá decorrer no dia 20 de Junho, no Centro de Congressos de Lisboa. Direccionado para os profissionais do sector, trata-se de um espaço de discussão e networking “focado e especializado”, que acolhe oradores de diferentes domínios.

    Enquanto parceira no evento, a Reynaers Aluminium estará presente com um stand na zona de exposição e networking, em conjunto com a Forster Profile Systems, também do Grupo Reynaers, especialista em soluções em aço para a arquitectura, assim como nas conferências, com Pedro Santos, director técnico da Reynaers Aluminium em Portugal, a abordar o tema da ‘Conformidade, Sustentabilidade e Digitalização como drivers da evolução’.

    “O nosso tecido empresarial nacional no sector da arquitectura, construção e imobiliário tem uma resiliência e talento incríveis. Portugal é, e acreditamos que continuará a ser, um País muito atractivo para investir. Paralelamente, os profissionais do sector em geral, e em particular no domínio das fachadas, exportam soluções técnicas e know-how ao nível do que melhor se faz no mundo. Por isso, para nós, é um orgulho contribuir activamente para trazer a Lisboa uma das maiores conferências nesta matéria e para afirmar o que de tão bem se faz no nosso país”, destaca Marta Ramos, directora de marketing no mercado português.

    Até ao momento, já foram organizadas cerca de centena e meia de edições, atraindo mais de 40 mil profissionais em todo o Mundo. Em 2024, entre outros, a ZAK estará em Los Angeles, Manchester, Shangai, Kuala Lumpur, Dubai e Lisboa. Esta será a 153ª edição a nível mundial e a primeira edição em Portugal que apresentará os avanços do design e engenharia de fachadas que estão a mudar o sector.

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