Arquitectos paisagistas apelam à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer
A Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas (APAP) apelou esta terça-feira, na Assembleia Municipal de Lisboa, à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por considerar que não salvaguarda o Jardim Botânico e vai “acentuar as cheias” na cidade. A discussão do Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) estava agendada para hoje, mas não… Continue reading Arquitectos paisagistas apelam à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer
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A Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas (APAP) apelou esta terça-feira, na Assembleia Municipal de Lisboa, à suspensão do Plano de Pormenor do Parque Mayer, por considerar que não salvaguarda o Jardim Botânico e vai “acentuar as cheias” na cidade.
A discussão do Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) estava agendada para hoje, mas não se concretizou, uma vez que o documento está a aguardar pareceres da comissão municipal de finanças, disse uma fonte municipal.
No período antes da ordem do dia, a presidente da APAP, Margarida D`Abreu, apelou à “consciência ética” da assembleia para suspender a aprovação do plano, para que a autarquia possa avançar com a demarcação de uma zona especial de protecção e um plano de salvaguarda do Jardim Botânico – que é abrangido pelo PPPM -, “previstos na legislação dos monumentos nacionais”.
A arquitecta alertou que este plano de pormenor vai “acentuar as cheias, aumentar a concentração de poluição e levar a abatimentos de pavimentos em zonas baixas”.
Isto porque “apaga uma das colinas de Lisboa” e “fecha e impermeabiliza” aquela área, que agora leva a água a infiltrar-se “antes de chegar à avenida da Liberdade”.
Margarida D`Abreu defendeu que naquela área devia existir uma “elevada área de logradouros e espaços abertos”.
Também a presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, em representação da Plataforma “Em Defesa da Missão do Jardim Botânico”, que junta 14 associações e movimentos, defendeu a “revisão imediata do plano de pormenor”, na assembleia municipal.
Manuela Correia recordou que o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa “possui uma das mais valiosas colecções de botânica nacionais” e é “um património inegável”, defendendo a “preservação deste `pulmão verde` fundamental” na cidade.
“Desde o início [da elaboração do Plano de Pormenor do Parque Mayer] que os cidadãos constatam que o jardim é visto como uma peça acessória ou apenas uma mais-valia para a gula imobiliária”, afirmou Manuela Correia.
“O plano é uma real ameaça para o jardim, a cidade e os cidadãos. O Jardim Botânico está actualmente em perigo de destruição”, avisou.
Na assembleia desta terça-feira, foram aprovadas duas saudações do Bloco de Esquerda e do partido ecologista “Os Verdes” a dar conta da selecção do Jardim Botânico para o observatório mundial de monumentos 2012, pela sua importância de herança cultural e pela preocupação associada à sua conservação.
Esta referência foi feita em Outubro, pela organização World Monuments Fund.
A Câmara de Lisboa aprovou no final de Julho, com as abstenções do PSD e CDS-PP, o Plano de Pormenor do Parque Mayer que, após passar por discussão pública, respondeu, segundo a maioria PS e o PCP, a dúvidas sobre impactos no Jardim Botânico e possibilidades de cheias.