“O futuro passa pela renovação”
Em entrevista ao Construir, Carlos Carvalho, director da Technal explicou como a empresa tem uma postura diferente no mercado. Segundo o responsável, a Technal tem o cuidado de formar os seus clientes e de lhes mostrar como utilizar os produtos. No futuro próximo a estratégia passa por arranjar soluções mais ecológicas e reforçar a… Continue reading “O futuro passa pela renovação”
Filipe Gil
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Em entrevista ao Construir, Carlos Carvalho, director da Technal explicou como a empresa tem uma postura diferente no mercado. Segundo o responsável, a Technal tem o cuidado de formar os seus clientes e de lhes mostrar como utilizar os produtos. No futuro próximo a estratégia passa por arranjar soluções mais ecológicas e reforçar a presença na renovação de edifícios.
Quais as mais recentes novidade dos vossos produtos?
As grande novidade é a capacidade de adaptação às novas realidades, respondendo às necessidades cada vez mais sofisticadas pela imposição da melhoria da qualidade de vida. O consumidor final raramente sabe que tipo, ou que marca de janela existe na sua habitação ou no local de trabalho. No entanto, temos muito orgulho em dizer que somos uma marca muito conhecida. Há uns anos fizemos um inquérito junto das classes A/B e verificámos temos uma grande notoriedade. Devido ao facto de em Portugal termos um trabalho missionário, de como se faz, e como se deve fazer uma boa obra com os nossos produtos.
Depois, é um produto que só após a montagem é que se verifica se está funcionar bem ou não. E embora seja a Technal a conceber, desenvolver e comercializar os sistemas de alumínio que dão lugar a portas e janelas e fachadas, cabe ao profissional, o serralheiro, transformar a matéria para dar lugar ao produto final. E no que respeita a mais novidades, sabemos que, actualmente é importante a economia de energia, é tão importante que vamos estar, muito em breve, com suporte legal a exigir determinado comportamento do material. Ou seja, a grande novidade é continuar no esforço de formação dos transformadores para transportar o produto para o consumidor final e este consiga perceber que existe diferença entre um bom produto e os outros. As grandes obras que são parte importante do nosso negócio é onde temos tido maior reconhecimento, pois existe um nível de serviço que é mais facilmente compreendido pelo decisor. No caso do consumidor final já é diferente.
Qual é a vossa quota de mercado?
A nossa quota é pequena, pelo tipo de produto que fazemos e comercializamos e também porque trabalharmos o sector alto e médio alto, e ainda, porque estamos envolvidos, em projectos de grande dimensão. Essa dimensão não tem a ver tanto com o volume de negócios mas mais com a dimensão técnica dos projectos em que estamos envolvidos.
E pode indicar alguns dos grandes projectos em que estiveram recentemente envolvidos?
Uma obra recente é o Hospital da Luz, e o novo centro ambulatório de Oeiras, para além das Torres de Lisboa, o Aeroporto Sá Carneiro e do Funchal.
E de onde provem a vossa facturação?
Cerca de 80 por cento está no projecto. E é curioso porque temos muito mais gente a trabalhar naquilo que apenas tem cerca de 20 por cento da nossa facturação, mas o projecto é de onde vem a nossa maior percentagem de facturação.
E o que diferencia a Technal da concorrência ?
Tentamos ser os mais exigentes possíveis. Se calhar complicamos as coisas e não facilitamos muito. Não conheço muitas empresas que dêem formação aos seus clientes antes de o comprar: Em algumas soluções obrigamos que o cliente tenha formação. Claro que somos uma empresa comercial, e por vezes o mercado não nos entende por causa dessa postura. Percebemos é que a nossa responsabilidade vai para além do comercio em si. Por exemplo, uma janela em guilhotina pode matar, e como pode matar, as pessoas têm de ter consciência do que é, e quem está habilitado a fazer essas janelas.
E é seguido por outras empresas?
Não temos conhecimento de outro concorrente nosso que tenha este tipo de comportamento. Nomeadamente algum tipo de obras que tenham de ter um acompanhamento de uma entidade externa, para saber se estão a ter em conta todos os processos de segurança. Uma fachada de vidro colada exige isso. Resumindo, temos uma forma complicada de estar, mas gostamos de estar assim, e não vamos mudar.
Mas a vossa maior dificuldade é a falta de reconhecimento do mercado?
Se me permite e para lhe dar uma ideia do mercado, e de acordo com elementos em nosso poder, -porque não é simples obter os números todos em Portugal, ao contrário de outros países, em que se sabe exactamente os consumos -, mas, segundo os dados o mercado da construção civil utilizava em 2001 cerca de 49 a 50 mil toneladas de alumínio, já no ano passado, em 2006, foram utilizados apenas cerca de 29 mil toneladas. O que está de acordo com os dados que temos da queda da construção na área da habitação. O que acontece é que temos mantido os mesmos números de vendas. Calculamos ter uma quota de mercado, nos projectos, na ordem dos 35 por cento. E quando digo que estamos a manter essa quota, e quando existem estas quebras no mercado, quer dizer que temos muito orgulho no nosso trabalho. Mas há ainda que acrescentar que 10 por cento da nossa facturação tem sido aplicada no estrangeiro, nomeadamente em Espanha e Angola.
Será que a resposta a dar para a crise na construção de habitação é apostar no estrangeiro? Vão apostar em Angola em Espanha ou essa quebra não vos tem afectado tanto, devido à especificidade do produto?
Começamos a perceber que não é só a construção de habitações, já há mais oferta de escritórios que a procura, e a construção dos centros comerciais também irá abrandar. Na questão da exportação temos um problema bom, porque a Technal já está presente em cerca de 80 países. Em Espanha existe Technal, por exemplo. Já em relação a África temos conseguido alguns trabalhos em Angola. Temos é uma situação em Portugal, independentemente desta quebra, que é de começar a investir na renovação, pois há um percurso fantástico a percorrer nessa área.
Já que toca no assunto da renovação, vimos uma substituição das janelas de madeira para as de alumínio, isso não é um pouco contraditório para que a traça original seja mantida?
A única dificuldade é saber até onde é que vai a renovação. É a janela, é a envolvente? Mas é simples criar adaptações, e o mais importante é estécticamente ter uma janela que a poucos metros não se detecte que é alumínio. Mas depois que as janelas começaram a ser pintadas penso que muito desse problema foi ultrapassado.
E qual a aceitação dos arquitectos?
Tem tido uma aceitação por parte dos projectistas. Mas deveria haver incentivos governamentais para a renovação, como acontece noutros países.
Insisto, não desvirtua a recuperação estando a imitar a madeira com o alumínio?
Não, quando digo imitar é na questão da estética, o comportamento é melhor do que aquilo que estávamos habituados, sobretudo na efeciência energética. Mas gostava de acrescentar que o facto de sermos parte de um grupo internacional em termos de avanços tecnológicos e de investigação, algo que em Portugal, sozinhos não conseguimos ter, ajuda bastante, como por exemplo um tratamento que contamos lançar em breve, produtos que não absorvem o calor. Já tivemos a aportunidade de apresentar esses produtos em Lisboa e no Porto para alguns arquitectos. Como uma fachada chamada "Emotion", por exemplo para um menor consumo de energia
E como foi a recepção dos projectistas para esses novos produtos?
Correu muito bem, principalmente no Porto. São investimentos importantes.
E a relação do vosso produto com as preocupações ambientais?
É um produto muito bom para o ambiente porque o aluminio é cerca de 90 por cento reciclavél.
…e o tempo de vida dos vossos produtos, como por exemplo uma janela para habitação?
Dura muito tempo, é capaz de durar uns vinte anos, mas há que não esquecer a manutenção. Claro que alguns materiais, como os puxadores poderão ser substítuidos antes desse período.
E em termos de facturação, como correu 2006 e como está a correr este ano?
Em 2006 a Technal portuguesa recebeu alguns prémios dentro do grupo e, apesar da situação do mercado da construção somos reconhecidos internacionalmente. Facturamos 20 milhões de euros. E temos conseguido manter a facturação entre os 20 e os 22 milhões de euros apesar do momento do mercado. Como deve calcular temos de trabalhar mais para ganhar o mesmo, devido à situação do mercado. Para 2007 não pensamos crescer, mas estamos a fazer esforços para manter. Nem para 2008. Temos sim de garantir uma estrutura para dar um melhor serviço.