As torres que vão ajudar a renascer Manhattan
Os britânicos Norman Foster e Richard Rogers, e o japonês Fumihiko Maki são os autores das três torres a erigir na zona do «Ground Zero», em Manhattan, e que juntamente com o masterplan da autoria de Daniel Libeskind, a estação de transportes do espanhol Santiago Calatrava e a Freedom Tower de David Childs, irão fazer… Continue reading As torres que vão ajudar a renascer Manhattan
Ana Rita Sevilha
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Os britânicos Norman Foster e Richard Rogers, e o japonês Fumihiko Maki são os autores das três torres a erigir na zona do «Ground Zero», em Manhattan, e que juntamente com o masterplan da autoria de Daniel Libeskind, a estação de transportes do espanhol Santiago Calatrava e a Freedom Tower de David Childs, irão fazer renascer a cidade norte americana
Cinco anos após o atentado que vitimou milhares de pessoas e que «demoliu» as duas torres do World Trade Centre, e após inúmeras indefinições e polémicas geradas em torno do «Ground Zero», foi conhecido o projecto que prevê a construção de três novas torres da autoria dos arquitectos britânicos Norman Foster e Richard Rogers e do japonês Fumihiko Maki. Orçado em 11 mil milhões de euros, os edifÃÂcios formarão uma espiral em direcção ao Memorial Park, em memória das vÃÂtimas do atentado, bem como uma relação com a nova estação de transportes da autoria de Santiago Calatrava, e com a futura Freedom Tower assinada por David Childs. De acordo com o masterplan realizado por Daniel Libeskind, os edifÃÂcios irão compreender escritórios e zonas comerciais e têm conclusão prevista para 2012. As três torres que ficarão limitadas pela Church Street a Este, e pela Greenwich Street a Oeste, foram criadas com vista a integrarem os novos caminhos pedestres que irão nascer naquela zona da cidade.
O «diamante» de Foster
O arquitecto de origem britânica Norman Foster, é o autor do edifÃÂcio com o número de polÃÂcia 200 na Greenwich Street. A Torre 2, a erigir no «Ground Zero» de Manhattan, é limitada pela Greenwich Street a Oeste, pela Church Street a Este, pela Versey Street a Norte e pela Fulton Street a Sul, e consiste num volume vidrado e brilhante que se caracteriza por ter no topo a forma de um diamante. Implantado em torno de um núcleo central cruciforme, a torre projectada pelo gabinete Foster and Partners, compreende quatro blocos com luzes encastradas que se erguem até ao 59º piso, sendo os alçados, a determinada altura, recortados num ângulo que os direcciona ao Memorial Park. Conferindo ao edifÃÂcio uma forma que a distingue no skyline da cidade, a Torre 2 do masterplan actua como uma marca simbólica na localização do Memorial Park, uma vez que a sua direcção para o mesmo é vista de qualquer localização. Os pisos superiores, contidos na zona recortada do volume, contemplam quartos de diferentes alturas que segundo o autor da proposta, possibilitam boas vistas para o parque, para o rio e para a cidade. A investigação levada a cabo pelo gabinete Foster and Partners no decorrer do desenvolvimento do projecto para a Torre 2, levou a que questões estruturais, funcionais, de segurança, ambientais e urbanas fossem dimensionadas, uma vez que o mesmo foi influenciado pelo local, bem como pelo núcleo cruciforme onde se insere e que funciona como espinha dorsal estruturante da sua organização. As relações com a cidade ao nÃÂvel da rua ficaram reforçadas através da utilização de paredes em vidro, criando um relacionamento visual com toda a envolvente urbana do projecto. O átrio de entrada do edifÃÂcio que oferece um pé direito duplo, contempla uma área comercial que se prolonga por quatro andares, e permite um acesso directo ao metro e ao restante sistema de transportes, bem como àGreenwih Street. Com 78 andares, a Torre 2 será o segundo edifÃÂcio mais alto do masterplan, com uma altura de cerca de 382 metros aos quais se acrescenta os 25 metros da antena que se ergue no topo. O edifÃÂcio contará com cerca de 13 mil metros quadrados de área para comércio, dos quais cerca de nove mil metros quadrados ficarão abaixo do solo, bem como 60 pisos de escritório. Com um total de nove entradas, cinco ficarão ao nÃÂvel da rua, duas ao nÃÂvel do subsolo fazendo comunicação com o metro, e outras duas darão acesso directo àárea comercial. O primeiro andar de escritórios ficará a cerca de 177 metros de altura, sendo que cada um oferece uma média de 387 metros quadrados. O edifÃÂcio contará ainda com um centro comercial de quatro andares totalizando perto de 2400 metros quadrados.
A verticalidade de Richard Rogers
Projectada pelo gabinete britânico Richard Rogers Partnership, a Torre 3 ficará limitada pela Greenwich Street a oeste, pela Church Street a leste, pela Dey Street a norte e pela Cortlandt Street a sul, e ficará implantada no local oposto ao centro memorial e cultural do World Trade Center. Ocupando o número 175 da Greenwich Street, o volume projectado por Richard Rogers ocupa uma posição central relativamente aos edifÃÂcios envolventes. Como resultado desta centralidade, o volume que fica na direcção da Rua de Greenwich, com a ajuda de umas antenas projectadas para o topo, acentua a sua verticalidade. Os alçados da torre são desenhados de forma a permitir vistas panorâmicas desimpedidas em 360 graus, e segundo o autor do projecto, «o edifÃÂcio parece cavalgar para o topo», o que ajuda a reduzir o seu impacto e a enfatizar a sua natureza vertical. Interiormente, o átrio de entrada contempla um vão que proporciona um «retrato» do Memorial Park aos seus visitantes, oferecendo desta forma uma relação com o espaço público envolvente e com a Cortland Street e a Dey Street que serão transformadas em zonas pedestres, melhorando desta forma as acessibilidades do espaço. A Torre 3 de 352 metros de altura irá contemplar 71 andares, dos quais 54 serão para uso de escritórios. O volume contará ainda com cinco pisos dedicados àárea comercial, nomeadamente o piso térreo, os dois primeiros pisos abaixo do solo e os dois primeiros acima do piso 0, totalizando uma área de perto de 12500 metros quadrados. O projecto do gabinete Richard Rogers Partnership contempla ainda oito andares técnicos que servem de apoio às zonas de escritório, 37 elevadores de passageiros, que servem a parte principal da torre, e mais quatro elevadores de carga.
O minimalismo de Maki
O japonês Fumihiko Maki, do gabinete Maki and Associates é o autor da Torre 4, a implantar no número 150 da Greenwich Street. Limitada pela Greenwich Street a oeste, pela Church Street a leste, pela Cortlandt Street a norte e pela Liberty Street a sul, o volume vai ter o Memorial Park a oeste. O edifÃÂcio projectado por Fumihiko Maki funciona como uma «dupla prega», revela o documento da proposta, que se caracteriza por ser minimalista. De acordo com a equipa projectista, o edifÃÂcio funciona como um catalizador, «na medida em que activa e anima o ambiente urbano envolvente». Nas fachadas do edifÃÂcio as janelas prolongam-se até ao tecto e materializam-se num metal perfurado que parece uma malha, ajudando a criar um ensombramento para o interior, e um brilho e transparência para o exterior. Alterando o seu aspecto exterior consoante a luz do dia, visto a determinada distância, o volume apresenta um perfil angular que se acentua pelo facto de serem quatro torres que se conjugam formando uma só. De acordo com a memória descritiva do projecto, as pontas dos edifÃÂcios são «articuladas com recortes dramáticos para parecerem delgadas e afiadas». Os átrios de recepção do edifÃÂcio, aos quais se acede a partir da Greenwich Street, da Cortland Street e da Liberty Street, oferecem vistas panorâmicas do Memorial Park, e contam ainda com áreas de comércio e talvez um restaurante com vista para o memorial. A torre projectada pelo Maki and Associates contempla 61 pisos num total de cerca de 288 metros de altura, com os andares de escritórios a iniciarem aos 43 metros de altura. Para esse uso o edifÃÂcio oferece 53 andares perfazendo um total de cerca de 167 mil metros quadrados, sendo que, dois terços do espaço de escritórios será ocupado pelas autoridades portuárias de Nova Iorque e Nova Jersey, e a restante será retido pela Silverstein Properties para alugueres comerciais. O edifÃÂcio oferece ainda ligação ao terminal central de transportes.
Uma nova Manhattan
Para além das três torres, o «Ground Zero» vai receber o edifÃÂcio da torre que irá substituir o desaparecido World Trade Centre, a Freedom Tower, assinado por David Childs, e a nova estação de transportes da autoria de Santiago Calatrava. A Freedom Tower, que será o edifÃÂcio mais alto dos Estados Unidos da América, contempla uma estrutura de vidro com uma antena esculpida no topo, da autoria do escultor Kenneth Snelson. O projecto de 541 metros de altura, vai ser materializado em vidro temperado laminado, escolhido de acordo com preocupações de segurança, uma vez que no caso de existir um forte impacto o vidro desfaz-se em vez de se partir em pequenos pedaços. O novo terminal de transportes assinado por Santiago Calatrava, teve como inspiração uma pomba, em homenagem às vÃÂtimas dos atentados do 11 de Setembro. Feito em aço, vidro e betão, concentrará 14 linhas de metro e o comboio que liga Nova Iorque a Nova Jersey, por baixo do rio Hudson. O novo terminal de transportes caracteriza-se por uma forma orgânica e pela luminosidade natural que deixa passar através da abóbada em vidro para o interior das plataformas, atingindo uma profundidade de 18 metros. Através de linhas oblÃÂquas definem-se as asas da pomba que deverão atingir uma altura de 45 metros, e que serão abertas nas manhãs de 11 de Setembro.