Chuva Gomes projecta «templo desportivo»
Numa zona rural da periferia de Setif, na Argélia, repousa sobre um embasamento de tijolo uma caixa de betão que contempla uma piscina olÃÂmpica. O projecto da autoria do português Cândido Chuva Gomes, foi o vencedor de um concurso nacional no qual o ateliê participou em parceria com a Proconsultores Algerie. Orçado em cerca de… Continue reading Chuva Gomes projecta «templo desportivo»
Ana Rita Sevilha
SIL 2024 atribui prémios e distingue personalidade do ano
ERA: Venda de habitação nova cresce 36% nos primeiros 3 meses do ano
Álvaro Siza homenageado pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura
Worx: Volume de investimento deverá manter-se em linha com o registado em 2023
Constructel adquire norte americana Verità
Nuno Sepúlveda assume presidência do CNIG
Zome lança serviço “inovador” de verificação de imóveis
Eficiência energética, BIM e construção metálica na agenda do 2º dia da Tektónica
Anjos Urban Palace é o novo projecto de reabilitação da EastBanc
Reynaers confirmada como parceira principal da ZAK World of Façades
Numa zona rural da periferia de Setif, na Argélia, repousa sobre um embasamento de tijolo uma caixa de betão que contempla uma piscina olÃÂmpica. O projecto da autoria do português Cândido Chuva Gomes, foi o vencedor de um concurso nacional no qual o ateliê participou em parceria com a Proconsultores Algerie. Orçado em cerca de 7 milhões de euros, a sua conclusão está prevista para finais de 2007.
O ateliê CCG – Arquitectos, foi o vencedor do concurso público para a elaboração do complexo da piscina olÃÂmpica na Wilaya de Setif, na Argélia. Implantada numa estrutura rural, o equipamento constituÃÂdo por três piscinas foi, segundo Cândido Chuva Gomes, alvo de «uma preocupação evidente de interpretar o universo antropológico e religioso da comunidade» para o qual foi projectado. O arquitecto salienta que, «como em todas as sociedades existem regras que estruturam os comportamentos», e no caso da Argélia, «estamos a projectar para um paÃÂs de maioria muçulmana, um equipamento que propicia uma vivência partilhada de homens e mulheres, onde se deverá salvaguardar um conjunto de normas comportamentais e de relacionamento social». Para além destas premissas, a proposta passou pela necessidade de reflectir sobre questões relativas aos recursos tecnológicos existentes e aos custos de exploração, o que conduziu a um conjunto edificado baseado em sistemas construtivos correntes, e numa arquitectura «que responda de forma passiva aos rigores climatéricos e ambientais, dando superior satisfação às exigências de conforto e qualidade vivêncial destes espaços».
Proposta volumétrica
Para além de obedecer às exigências de orientação, às limitações do terreno e àárea de implantação definida, a proposta volumétrica nasceu a partir da implantação do tanque correspondente àpiscina de 50 metros, que por sua vez é a que possui critérios dimensionais de uma piscina olÃÂmpica, após o qual foram colocadas duas bancadas para que todos os espectadores tivessem boa visibilidade, partindo de seguida «em busca da melhor organização» das diversas componentes funcionais. Considerando que um complexo de piscinas é um equipamento com grande ÃÂndice de utilização durante todo o ano,, os espaços públicos e as valências sociais foram aspectos que juntamente com a importância simbólica teriam de, segundo a memória descritiva, ficar bem estruturados na configuração espacial.
Uma caixa de betão
O conjunto contempla um piso
térreo que funciona como um embasamento de tijolo sobre o qual «repousa a grande caixa da piscina olÃÂmpica». Apresentando uma «austeridade arquitectónica caracterizadora de um edifÃÂcio público», refere a memória descritiva, o conjunto contempla fachadas compostas por estruturas metálicas forradas por painéis em betão, moldados e apoiados em pilares. Segundo Cândido Chuva Gomes, a proposta inicial visava, explorar nestes painéis a planta da cidade de Setif, no entanto, por razões orçamentais «vamos recorrer a outras técnicas para explorar texturas superficiais». A fachada, denominada pelo arquitecto como «pele dupla», possibilita controlar as entradas de luz natural, uma vez que o seu interior incorpora um conjunto de elementos orientáveis de protecção solar, permitindo um controlo sobre as cargas térmicas adequadas. Em termos de organização, a partir do parque de estacionamento pode aceder-se ao piso da central técnica, piso –1, e ao átrio de acesso aos balneários, às piscinas e aos serviços complementares tais como musculação e sauna localizados no piso 0, onde através de uma escada se pode aceder ao piso 1, que contempla as áreas de estadia, cafetaria, uma loja de artigos desportivos e as entradas para as bancadas. No cais da piscina olÃÂmpica ( piso 0), a proposta visa a criação de um espelho de água de forma a permitir aumentar a intensidade luminosa dentro do conjunto. As restantes piscinas estão configuradas num volume de menor dimensão que é absorvido pelo embasamento em tijolo, e que tem como cobertura uma laje revestida por uma lâmina de água, interrompida por um conjunto de lanternins que constituem a única fonte de entrada de luz natural. O conjunto do complexo de piscinas baseia-se «na forma como actualmente se vive o desporto e na sua crescente importância na formação de uma identidade colectiva, que transforma estes edifÃÂcios em verdadeiros templos».