Carlos Félix Moedas – director geral da Aguirre Newman
O director-geral da Aguirre Newman regressou a Portugal 11 anos depois de concluÃÂdo o curso de Engenharia Civil, formação que admite nunca ter sido a sua «paixão» Embora a rejeite, certo é que a Carlos Moedas, director-geral da Aguirre Newman, cabe na perfeição na expressão «do Alentejo para o Mundo». Tanto que a sua primeira… Continue reading Carlos Félix Moedas – director geral da Aguirre Newman
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O director-geral da Aguirre Newman regressou a Portugal 11 anos depois de concluÃÂdo o curso de Engenharia Civil, formação que admite nunca ter sido a sua «paixão»
Embora a rejeite, certo é que a Carlos Moedas, director-geral da Aguirre Newman, cabe na perfeição na expressão «do Alentejo para o Mundo». Tanto que a sua primeira experiência profissional em Portugal se dá 11 anos depois de ter entrado no mercado de trabalho.
O responsável máximo pela consultora imobiliária espanhola em Portugal saiu de Beja ainda novo, na altura para rumar ao Instituto Superior Técnico de Lisboa, situação que acabou por se revelar uma escala para Carlos Moedas, cujo último ano de Engenharia Civil já foi concluido em França, ao abrigo do programa Erasmus. «Estávamos algures em 1993. Foi então que comecei a trabalhar. A situação da economia em Portugal era, já na altura, algo problemática, e fui aconselhado por muitos amigos que estavam em Portugal a não regressar tão cedo», conta Carlos Moedas.
Depois de cinco anos a projectar estações de tratamento de águas e esgotos, percebeu que, na verdade, a Engenharia não era a sua vocação, assumindo a sua preferência pela área da gestão. Como se explica então esta opção inicial? «O sistema está feito de forma a que aos 16/17 anos uma pessoa tenha de decidir o que quer fazer. Acho que é uma das coisas que está a falhar em Portugal, pois, como acontece em tantos outros paÃÂses, o primeiro ano de faculdade é baseado numa formação transversal, sem nenhuma especificidade», salienta Carlos Moedas.
Périplo pelo Mundo
Terminada a etapa francesa e a sua ligação directa àengenharia civil, Carlos Moedas optou então por rumar aos Estados Unidos, mais concretamente àUniversidade de Harvard, onde realizou um MBA. «Na altura ainda hesitei entre fazê-lo em França ou nos Estados Unidos.
Depois de feitas as provas e de ter sido aceite nos dois lados, acabei por escolher a América, até porque na altura ainda não era casado e seria uma experiência diferente», conta, salientando que «fui com uma mão àfrente e outra atrás, de malas e bagagens até aos Estados Unidos onde fiquei dois anos». No final do primeiro ano do Master and Business Administration, trabalhou como estagiário para um banco de investimento, o Goldman Sachs, sendo que no final do MBA acabou por ser convidado para ficar a tempo inteiro, mas em Londres, onde permaneceu durante três anos.
«Head hunted»
Apesar de reconhecer a qualidade de vida que já tinha em Londres, a vontade de regressar a Portugal era muita. «Fui contactado por uma empresa de head hunters, perguntando-me se eu estaria interessado em voltar para Portugal, alegando que havia uma boa possibilidade. Foi o que fiz: gostei das pessoas, gostei do projecto que me foi proposto e resolvi voltar de malas e bagagens, conta Carlos Moedas, acrescentando que quando decidiu apostar na sua internacionalização, os seus amigos fartaram-se de o aconselhar sobre o que deveria fazer.
«O mesmo se passou quando decidi fazer o MBA nos Estados Unidos. Agora que estava disposto a regressar a Portugal, até a minha mãe me desaconselhou a voltar. “Tu não venhas, a economia é uma misériaâ€Â, diziam-me…às vezes faz-me confusão imaginar como se pode ser tão negativo. Num paÃÂs que não está habituado a mudanças, quando um tipo muda demais, a preocupação é ainda maior», recorda o director-geral da Aguirre Newman em Portugal, que reconhece que 11 anos fora também é demasiado tempo. «Admito que a minha experiência no estrangeiro foi longa demais, porventura não era necessário estar tantos anos fora de Portugal. Cinco ou seis anos, actualmente, é um tempo suficiente para perceber como é que se faz noutros paÃÂses, perceber como é que eles trabalham e mesmo perceber um pouco da cultura e a forma como pensam. Isso serviu-me bastante, mesmo para a formação da minha personalidade, sobretudo para perceber que em Portugal não devemos ter complexos nenhuns. Não me arrependo do meu percurso, foram sempre experiências boas», acrescenta.
Um livro ? A biografia de Madeleine Albright – Por ser uma mulher incrÃÂvel, que chegou aos Estados Unidos com 13 anos sem saber uma palavra de inglês e que acabou por chegar a secretária de Estado norte-americana. Teve uma história de vida incrÃÂvel e a mim agradam-me bastante esse tipo de histórias, acho que têm muito valor pela forma única com que decorrem. E sobretudo pela visão que ela tem das coisas, por ser mulher. Por exemplo conta que, aquando da sucessão para Colin Powell deixou um bilhete dizendo «Aproveita que este é o melhor trabalho do mundo» e inclusivamente que estava com uma amiga, de roupão, e que pulou de alegria quando recebeu o convite de George W. Bush.
Um filme? Munique, de Steven Spielberg – É interessante ver a capacidade que um povo como o de Israel tem para se levantar, combater…e perceber toda a história em que a Mossad vai buscar, um a um, os autores do massacre dos Jogos OlÃÂmpicos de Munique.
Um clube? Costumava ser do Sporting, mas ultimamente tenho sido bastantes vezes convidado para ir ver os jogos do Benfica. Mas confesso que não sou um grande amante de futebol. Entendo que é um desporto onde as pessoas são um bocado enganadas pois não há o espectáculo que devia para aquilo que os jogadores ganham.