Sector imobiliário em Espanha sobrevalorizada em 30%
O mercado imobiliário espanhol estava, em finais de 2005, sobrevalorizado em 30 por cento. A leitura pertence a Marion Girard-Vasseur e Laurent Quignon, economistas do BPN Paribas, que alertam para a possibilidade de se estar presente uma bolha especulativa, e acrescentam que os seus cálculos são próximos aos do Banco de Espanha, que estimava uma… Continue reading Sector imobiliário em Espanha sobrevalorizada em 30%
Ana Rita Sevilha
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O mercado imobiliário espanhol estava, em finais de 2005, sobrevalorizado em 30 por cento. A leitura pertence a Marion Girard-Vasseur e Laurent Quignon, economistas do BPN Paribas, que alertam para a possibilidade de se estar presente uma bolha especulativa, e acrescentam que os seus cálculos são próximos aos do Banco de Espanha, que estimava uma sobrevalorização entre 24 e 35 por cento, tendo como referência o final de 2004.
Apesar de admitirem que uma correcção possa ser feita de uma forma gradual, Marion Girard-Vasseur e Laurent Quignon não excluem a possibilidade de «um ajustamento drástico, particularmente se os mercados imobiliários de referência ( EUA e Reino Unido) evoluÃÂrem da pior forma». Os economistas recordam que os preços no mercado imobiliário de Espanha apresentam uma média anual de 11,3 por cento desde 1995, o que se traduz numa variação acumulada de 193 por cento, sendo o Reino Unido o único paÃÂs da União Europeia a apresentar um crescimento similar, de 12 e 210 por cento respectivamente.
Esta triplicação dos preços, elevou o valor médio do metro quadrado em Espanha para 1.700 euros, subindo em Madrid e Barcelona para perto dos três mil euros. Esta dinâmica do mercado é ainda evidente no ritmo de construção de casa novas, 800 mil em 2005, o que corresponde ao dobro da construção residencial em França e Alemanha. Entre as explicações encontradas para este cenário, encontram-se os factores demográficos e sociológicos, uma vez que, apesar do aumento da população em 3,7 por cento entre 1995 e 2001, assistiu-se a comportamentos diferenciados entre os grupos etários, nomeadamente, enquanto o grupo entre 0 e 25 anos encolheu 10,2 por cento, o que se situa entre os 25 e 39 aumentou 10,2 por cento, e o dos 40 a 59 cresceu 14,2 por cento. Estes comportamentos traduzem uma distorção em favor dos adultos, que por sua vez favorece a tendência de compra de casa. A redução do hábito de diferentes gerações partilharem o mesmo tecto, o êxodo rural, o papel da imigração e do investimento estrangeiro, e a existência de um mercado de arrendamento estreito, são outras das tendências apontadas.
Os economistas do BNP Paribas, alertam ainda para as ameaças àsolvência das famÃÂlias, uma vez que as famÃÂlias de Espanha viram a sua dÃÂvida total subir de 68 por cento do rendimento disponÃÂvel bruto em 2000 para 110 por cento no final de 2005, representando a dÃÂvida ligada ao imobiliário perto de 80 por cento do total.